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Imagem de um aneurisma de aorta abdominal cuja ruptura é a complicação mais comum. Repare a diferença entre a artéria sadia e a artéria aneurismática. 

O que é uma artéria?

Para entender o significado de um aneurisma arterial e suas consequências é preciso, primeiramente, compreender a anatomia vascular do nosso organismo. 

 

De uma maneira simplificada, o nosso sangue percorre dois grandes grupos de vasos: as artérias e as veias. As primeiras são originadas do coração e dirigem-se aos diversos órgãos e tecidos do nosso organismo para fornecer, entre outros elementos, oxigênio e nutrientes. 

 

Ao contrário, as veias percorrem o sentido oposto, levando o sangue já utilizado pelas células de volta aos pulmões e, posteriormente, ao coração.

 

O que é um aneurisma arterial?

 

Uma artéria é considerada aneurismática quando o seu diâmetro excede em 1,5 o valor considerado normal para aquele vaso. 

 

A título de exemplo, se o diâmetro médio de uma determinada artéria oscila em torno de 2,0 centímetros, consideramos acima de 3,5 centímetros o diagnóstico de aneurisma.

Qual é a importância dos aneurismas arteriais?

 

Os aneurismas devem ser cuidadosamente avaliados e acompanhados ao longo do tempo pois estão relacionados a uma série de complicações graves.

 

Segue abaixo alguns exemplos:

 

1 – Ruptura: 

 

  • Certamente é a complicação mais temida. O entendimento é simples: quanto maior o diâmetro do aneurisma, maior risco de ruptura. Sendo assim, este parâmetro é um dos mais importantes para a indicação do tratamento cirúrgico. 

 

  • Para exemplificar, os pacientes portadores de aneurisma de aorta abdominal maiores ou iguais a 5,0 cm são considerados candidatos ao tratamento cirúrgico eletivo se houver um risco cirúrgico permissivo (ausência de comorbidades importantes que tornem alto o risco de mortalidade durante a cirurgia).

 

2 – Trombose: 

 

  • É a coagulação do sangue que passa por dentro do aneurisma gerando uma oclusão do fluxo sanguíneo pela artéria aneurismática. Esta complicação é mais comum nos aneurismas arteriais das extremidades (membros superiores e inferiores) e viscerais (que nutrem órgãos como o fígado, baço, pâncreas, etc.). 

 

  • A título de exemplo, a trombose de um aneurisma de artéria femoral (vaso situado na coxa que leva sangue para nutrir os tecidos do membro inferior) pode gerar uma grave isquemia (déficit no suprimento de sangue aos tecidos) colocando em risco a viabilidade do membro acometido.

 

 

3 – Embolia: 

 

  • Grande parte dos aneurismas possuem trombos dentro de sua luz os quais podem eventualmente migrar pela circulação e obstruir as ramificações arteriais mais distantes (observem a imagem abaixo). 

 

  • Consequentemente, assim como a trombose, pode haver isquemia tecidual e risco de perda do membro.

 

 

 

Quais as indicações para o tratamento cirúrgico de um aneurisma arterial?

 

De uma maneira geral, as indicações cirúrgicas relacionam-se com o tamanho dos aneurismas (o que varia bastante dependendo da artéria acometida) e com a presença de complicações.

 

Ou seja, mesmo aneurismas considerados pequenos, na presença de complicações, são candidatos ao tratamento cirúrgico.

 

Quais são as formas de tratamento cirúrgico?

 

Existem basicamente 3 tipos de abordagens mais comuns para um aneurisma arterial:

 

1 – Técnica aberta convencional: objetiva geralmente a ressecção da artéria acometida e sua substituição por um enxerto sintético ou biológico para a manutenção do fluxo arterial. Em alguns casos, apenas a eliminação do aneurisma é suficiente.

2 – Técnica endovascular: certamente é a técnica mais utilizada atualmente. Objetiva a exclusão do aneurisma através do implante de uma endoprótese que cobre a artéria doente por dentro não permitindo que o fluxo sanguíneo permaneça em contato com a mesma. 


Esta modalidade de tratamento permite a abordagem de aneurismas complexos de uma maneira pouco invasiva expondo o paciente a um risco cirúrgico geralmente menor.

3 – Técnica híbrida: trata-se da utilização da técnica endovascular em conjunto com habilidades cirúrgicas convencionais.

Por último, é importante saber que a maioria dos aneurismas permanecem assintomáticos e não evoluem com complicações.

Porém, feito o diagnóstico, o acompanhamento regular através de exames de imagem torna-se fundamental.

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Reparem este aneurisma de artéria poplítea (vaso localizado atrás do joelho): sua abertura revelou a presença de inúmeros trombos (sangue coagulado) em seu interior. Os mesmos podem ocluir a artéria acometida (trombose do aneurisma) ou migrar pela circulação obstruindo outras artérias (embolia). Ambas as complicações colocam em risco a viabilidade do membro (risco de amputação).

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ASPECTO FINAL APÓS A RESSECÇÃO DE UM ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL E SUA SUBSTITUIÇÃO POR UM ENXERTO SINTÉTICO DE DACRON.

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Reparem na primeira foto a dilatação aneurismática; Na segunda imagem, o posicionamento do cateter que transporta o stent no território do aneurisma. Na terceira imagem, o implante de um stent revestido (que não permite o fluxo de sangue através de sua parede); por último, a avaliação final revelando a adequada exclusão do aneurisma.

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Outra sequencia de fotos semelhante documentando o adequado tratamento de um aneurisma de artéria femoral e poplítea de membro inferior.

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